domingo, 5 de maio de 2013

APRENDENDO COM A PRIMEIRA REVISTA DO IHGPa


É em fase de construção o site do Instituto Histórico e Geográfico do Pará. Para quem gosta de história, porém, clicando  ihgp.net.br já se encontra bastante material interessante a disposição.
Curiosa,  iniciei a minha visita abrindo o primeiro numero da revista do IHGPa, datado 1917, a qual começava com a Ata de (re)constituição do Instituto, seguida por uma Alocução de Ignacio Moura, depois um artigo de H. Santa Rosa sobre Dados dos geólogos e Hydrografia Paraense.
Na pagina 16 encontro Annaes Históricos do Estado do Maranhão, reflexões de Palma Muniz (Bernardo Pereira de Berredo).  Comecei a ler e parei neste paragrafo; “Em 1507, Martins Waldscemuller, jovem professor de Geografia do Colégio de Saint-Dié, na Lorena, propoz, em uma pequena obra intitulada Cosmographiae Introductio, dar ao Novo Mundo o nome de AMÉRICA.”
Essa informação foi uma descoberta para mim. Sempre me perguntei quando tinham decidido isso e quem? A partir dai, a minha curiosidade aumentou. O que mais  poderia encontrar de interessante na revista? Esforçado a vista, continuei minha consulta.
Na pagina 38 no artigo “Uma execução Capital” de João Victor G. Campos,  descubro que  “Foi em 1851 que na cidade de Santarém, pela ultima vez matou-se um homem legalmente, derrubando-se para sempre, em fevereiro o patíbulo que se usava levantar em praça pública.” Essa informação eu também não conhecia.
Mais adiante na pagina 42 encontrei um artigo que meu amigo José Varella com certeza conhece “Ilha de Marajó, sua origem” (Pedro Bezerra da Rocha Moraes, engenheiro civil).
De Theodoro Braga, em vez, poderemos ler na pagina 49 “A arte decorativa entre os selvagens da Foz do Amazonas” e mais adiante na pagina 52,  Bento de Figueiredo Tenreiro Aranha, jornalista, neto do Patrono da cadeira no. 11 do IHGPa, escreve sobre “Terra, as cousas e o homem da Amazonia”.
Inédito, temos na pagina 71, de Palma Muniz, Os Contemplados (não contemplados com documentação). Trata-se do resumo em índice das doações feitas a algumas pessoas que não constavam do ‘catalogo das sesmarias, registradas nos 20 volumes existentes no nosso Archivo do Estado e, como appendice, uma nota sobre as doações feitas aos contemplados com as terras e fazendas que pertenceram aos religiosos expulsos e sequestrados com a lei pombalina de 1755.” Outro argumento interessantíssimo, principalmente para quem estuda a ilha de Marajó.
Me prometi ler o “Diário abreviado da viagem que fez o tenente-coronel Valério Corrêa Botelho de Andrade, da cidade do Pará para a capitania de S. José do Rio Negro, por ordem do Ilm. Exm. Snr. Manoel Bernardo de Mello e Castro Governador e Capitão General do Estado.” Esse manuscrito (pag. 93) encontra-se na correspondência com o governo entre 1759 e 1762 e foi copiado por Palma Muniz. O meio irmão do Marques de Pombal já tinha ido embora, mas o Landi ainda estava aqui quando esse Governador mandou fazer essa viagem...
O último artigo trata uma “Ressurreição Histórica”, oferecida  “Ao egrégio historiador Rocha Pombo”. Descubro assim que, naquela época,  existia uma Comissão encarregada de julgar as... ‘Memórias históricas da fundação de Belém’ e que o Pedro d’Almeida Genú, da Universidade La Sapienza de Roma pede ao IHGP de ‘fornecer uma nota oportuna’ ao historiador que, ‘vem de mui e longe colhendo, aqui e ali,  subsídios reais ao seu honroso trabalho,....a fim de que o ilustre hospede possa acima de outro qualquer subsidio levar o da verdadeira data de fundação da nossa capital, questão por várias vezes debatida e até hoje, infelizmente, inda não cabalmente resolvida,  feito que irrefutavelmente se realizou a 26 de janeiro d 1616, pelo capitão Francisco R. Caldeira Castello Branco, embora tenha aqui chegado dia 25 ao entardecer”.
Mais uma descoberta feita: Belém teria sido fundada dia 26 de janeiro de 1616. Essa noticia, porém, deve ter provocado uma bela discussão. Com certeza encontrarei o  porque da data que festejamos hoje em outro numero da revista.
É interessante nesse artigo, também, o  que ele,  Dalge (como se assinava o autor do artigo),  conta sobre o que leu num livro publicado em Roma (De Orbis magnitudine et antiquitate )  em 1692 do escritor árabe J.P. Eldrissi.  Este afirmava que ‘antes da tomada de Troia e da fundação de Cartago,  em Africa,  já na America, n’esta região que hoje corresponde á Amazonia,  existia o reino de Merope, o Parvaim..’. Desde  a frota de Salomão é citada.
Valeu, por hoje, essa leitura.  Eu aprendi muito. A distancia de quase cem  anos, aconselho dar uma olhada nessas revistas, tem argumentos muito intrigantes. O nivel é muito alto. 

Que bom que agora todos  poderão ter acesso. Parabéns a direção do Instituto e ao curador do site.

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